- Nº 1689 (2006/04/13)
Assembleias mobilizam o Partido

<font color=a60000>Ligar mais o PCP à vida do concelho de Évora </font>

PCP
Realizada no sábado, a Assembleia da Organização Concelhia de Évora analisou a realidade do concelho e aprovou um conjunto de medidas de reforço do Partido e da sua intervenção.

Aprofundar e dinamizar a estrutura orgânica do PCP, «numa perspectiva de estreitar a ligação do Partido à vida do concelho, dando resposta às novas realidades e exigências concretas» é um dos objectivos traçados pela VI Assembleia de Organização Concelhia de Évora. Para tal, os mais de 100 participantes aprovaram – por unanimidade – a resolução política, que contém as medidas que os comunistas de Évora consideram necessárias para cumprir este objectivo.
A dinamização das organizações de base é um factor «imprescindível para o enraizamento e desenvolvimento do trabalho do PCP», afirma a resolução política. Como tal, é necessário acompanhar as estruturas já existentes, nomeadamente por local de trabalho, entre as quais se destacam a célula dos trabalhadores da Câmara Municipal de Évora e a célula dos professores da Universidade. A resolução aponta igualmente a necessidade de criar novos organismos de base. A promoção e reactivação do trabalho em sectores específicos – como seja o sector sindical, de serviços e Função Pública, o sector operário ou dos pequenos e médios empresários – é outra das prioridades.

Conhecer a realidade

O conhecimento profundo da realidade em que se actua é um instrumento fundamental para a intervenção partidária. A resolução política aprovada na assembleia faz um retrato da situação no concelho de Évora. Com mais de 55 mil habitantes, Évora conta com uma população activa formada por mais de 26 mil trabalhadores. «Do conjunto dos trabalhadores cerca de um terço são operários e trabalhadores agrícolas e dois terços trabalham na área dos serviços», destaca a resolução política. Com 20 por cento dos trabalhadores com formação superior, no concelho de Évora 40 por cento do emprego é no sector público.
As unidades industriais existentes, destaca o documento, são na sua maioria de pequena dimensão, com menos de 20 trabalhadores. Este facto dificulta o desenvolvimento do trabalho sindical, afirma-se no documento. No entanto, afirmam, existem algumas grandes empresas industriais – como a Tyco, com cerca de 1500 trabalhadores, a Epcos e a A. Lobo – que, assume, «têm um papel de grande importância na economia do concelho». Nestas empresas, acompanhando a ofensiva nacional do patronato, com o apoio dos sucessivos governos, «tem-se assistido ao aumento da pressão sobre os trabalhadores no sentido da diminuição dos seus direitos e do aumento da precariedade dos seus vínculos laborais».
Na área dos serviços, destaca-se na resolução, crescem as grandes superfícies comerciais. Os comunistas chamam ainda a atenção para os «novos tipos de organização empresarial, como o call center, onde trabalham mais de duzentas pessoas».

Muito por fazer

O desemprego tem vindo a aumentar, na região e no concelho, lê-se na resolução política. No final do ano passado o desemprego no Alentejo chegava aos 9,4 por cento. Em 2004, 1727 trabalhadores (dos quais mais de mil são mulheres) receberam o subsídio de desemprego.
A aumentar está também o número de reformados. Dos mais de 15 mil pensionistas existentes no concelho, cerca de 10 mil são-no por velhice. A média do valor das pensões é inferior a 300 euros por mês, sendo que a pensão de sobrevivência – no valor de 170 euros – é atribuída a 3500 pessoas.
Para além das dificuldades económicas, os comunistas de Évora realçam que os idosos são confrontados com a insuficiência de estruturas de apoio à terceira idade. Os 21 lares existentes têm capacidade para 545 utentes. As listas de espera eram, em 2003, de 2300 pessoas. Também nas áreas da saúde e da educação as carências são grandes.
Foram ainda aprovadas por unanimidade três moções, sobre a Constituição, o desemprego e a Saúde. Na assembleia estiveram presentes José Catalino, da Comissão Política, João Pauzinho, do Comité Central e responsável pela Organização Regional de Évora e Elsa Paixão, também do CC.